domingo, 8 de novembro de 2015

A sós...

Mulheres pretas
Largadas a mesa
Solteiras a espera
Não do primeiro encontro

Do último encontro

Do amado real e verdadeiro
Do companheiro, guerreiro
Do parceiro de toda hora
Que não vai embora mesmo distante

Se plante, o seu pode está guardado
Não bem sei, em algum lugar talvez
Sei lá, outro planeta... Menina preta
Você não está só, somos sós!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Diariamente Contrariada...

Mais um dia viva, contrariando a ordem do sistema.
Mais um dia, mais uma luta, uma labuta
E lá se vão meus relógios, celulares, meu salário, meu tempo roubado, meu alento levado.
No ponto de partida sou abordada pela cilada, armada, aos gritos, me pede calma. Aterroriza, espalha, atrapalhar, nos deixa na beira da encruzilhada e deflagra.
Na escuridão, fugir parece opção. Errada, atravesso o lado, da bala. E entre curvas e corridas, acho a saída que me permite chegar ao novo dia.
Agradecer, ceder, me doar aos meus, a todos, enquanto tempo existir.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Sem tembro

Uma noite fria solidão,
Sensações múltiplas
Guardadas

Me lembrou a infância
Marcada por várias falas
Minhas, conversadas

E por alguns instantes
Não percebo mudanças
Andanças e nem danças

Cirandas, janelas fechadas
Calor, frio, aconchego, desapego
Sinto a doçura amarga de ser só
sol.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Primasó

Saudades das birras
Chateações, puxões de orelha
Das maluquices e até do seu
Jeito calado de ser.

Do amor, do cuidado
Dos segredos guardados
A sete e oito chaves
Coisas nossas.

Essas que não irão existir,
Saudade do irmão que não tive
Daquele que não irá me acompanhar
E ser meu amado/a irmão.

sábado, 22 de agosto de 2015

Inteira Primavera

É o gosto primaveril
Chegando devagar
Desbravando
Florescendo

Enquanto anoiteço
Quando amanheço
Quanto de mim
A encontrar

Entre faces e fases
Diversas formas e prosas
Verso a mais bela canção
Mudo o tom e melodia

meio dia.

domingo, 9 de agosto de 2015

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Isca

A vida é feito uma faísca cujo o vento pode passar e apagar. Cinzas dela, transformar. Flores murchar. Céu nublado ficar e entre nuvens lágrimas brotar. Gotas pesadas, tristes e desconsoladas, sem chão, sem nada. Lágrimas desesperadas, amoras abandonadas. Nos seus leitos, na vida, no seu reduto de amor, cultivado a carinho pelo tempo.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Um agora, nestante, talvez...

Doce, amarga
Por vezes azeda
Simpática
Irônica, sarcástica.

Antártica, fria
Cubo de gelo
Mentira!
Esguia, menina.

Mole como a Maria
Açucarada a se desfazer
Em lágrimas, risadas
As vezes de fachada.

Controvérsia!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Mais um desabafo...

Minha negritude escorre pelos poros
Ao ver meu irmão preto, sacar uma arma
Me pegar na marra e levar meu suor mensal
Penso no puto sistema burlado
Tudo virado de cabeça para baixo
Quem me estendia a mão agora é inimigo
E não vacile, se não é bala na boca e ouvido
Grito alto e o meu pranto abafado
Ecoa surdo dentro de mim
Me indigno, xingo, mas ainda quero lutar por esse país.
Quero com palavras, levar esperança
E quem sabe mudar o futuro das minhas crianças.
Ver meu irmão bem de vida, comida e a família
Não precisar roubar nem matar para sobreviver
Ver as pretas crianças na escola, buscando nos livros, a motivação para vencer
Querer, crescer, desenvolver e replantar essa sementinha
Florescer novas Marias, Mateus, Meninas e Meninos
Frutos de um novo país!

terça-feira, 30 de junho de 2015

Além...

Enquanto a madrugada se deita sobre o luar,
rezo e deito a tua espera
nos meus sonhos
nos meus dias
sem a vírgula da despedida
sem os pontos da ausência
quero-te reticências.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

sábado, 20 de junho de 2015

Sonhomar

Sonhei contigo
Lindo e sorrindo
Aquele sorriso largo
De lábios molhados.

Frente ao mar
Como um dejavu
De uma leve tarde
Findada e fria.

Na sua alegria mergulhava
Me afogava de amor
De amar, do mar
Despertei ao som das ondas

E permaneci sonhando acordada!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

TP...Luas

Arredia
Tomo tento
Pego a visão
Deixo o choro vão
E corro para o presente
Esse ausente.

Arrepia
O lembrar
E não querer recordar
É a doce loucura
Diária, noturna
Fases nuas.

Arrependimento
Alguns, talvez
E diante dos que's
Quieto o coração
A espinha, esfrio a cuca
E sigo teu rastro
Lua.

M-eu

Te vi e te desejei
Como nunca antes
Dentro e fora de mim
Brincando, pulando
Sorrindo e trazendo
A felicidade plena
De dente falhado,
Cabelos crespos
E cor da noite
Esperto, falante
Engraçado e arteiro
Meu melhor canteiro
Colo e cheiro
Lembro da alfazema
E sonho com a lua
Do seu nascimento.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Sem mais

E o sonho vem e trás
Velhas e boas recordações
Canções, emoções e sinto
Falta da paquera instigada
Cheia de magias e manhas
De poesia, música e delicadeza
Certezas? Só do amanhã.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Avante!

Reverberando
Beirando o abismo
Cheiro as oportunidades
Os caminhos e partes
Suave, vôo e me jogo
Em queda livre, salto livre
De amarras, de pausas.

Sigo!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Solidez

No correr das horas
Espaçar dos dias
Vivência e convivência
Acordar e adormecer.

Um querer crescente
Ardente em saudade
De fim de tarde, noite
Nascer do sol.

E entre estações
Verá, verões
Esse amor sol
Flor, cobertor e acalento.

Minha maior e real fantasia
A continuidade da vida
O ultrapassar das décadas
E as bodas ao seu lado.