sábado, 26 de julho de 2014

Mergulhada

Por amor me entrego
Mergulho fundo
Sem nem saber nadar

Aprendo, invento
Arranjo um remo
Sinto a superfície
Respiro, piro

Volto pro-fundo
E sinto-me, vejo-me
Límpida agridoce
Mar-menina

Batimentos acelerados
Corpo e olhos molhados
Pensamentos cansados
Mais um gesto silenciado

Viciado, mal acostumado
Amor do jeito amado
Sem limites e freios.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Praça

Velhos, dominó
Conversas, sorrisos
Arlindos, Josefas e Judites
Cuidados traçados e destinos.

Atinos e filhos
Dos Deuses e dos Santos
De Jesus e dos Anjos
Meus planos e sonhos.

Mexidos e remexidos
Expandidos, lidos
Idos e vindos
Renascidos.

No fim de tarde, alarde
Um laranja a parte
Mistura ao amarelo- azul
Belo é o envelhe-ser, viver.

Desentupidor de palavras

Daquele tipo menina
Que não gosta de muito palpite
Felino e o sangue escorre a boca
Independente, sei perceber o que vem na minha frente.

Mente, frente, atualizada
Inspirada, instigada
Mulher doce, salgada
Agridoce por vida.

Azeda por vezes
Alegre na maior parte
Arte me move, envolve
Respeito sua opinião
Até que respeita meu espaço.

Invado, e como oceano sou
Sem muitos nos, voz
Grito alto, esbravejo
E inquieta ponho tudo
Para lá e para cá, só me tire do lugar.