quinta-feira, 2 de julho de 2015

Mais um desabafo...

Minha negritude escorre pelos poros
Ao ver meu irmão preto, sacar uma arma
Me pegar na marra e levar meu suor mensal
Penso no puto sistema burlado
Tudo virado de cabeça para baixo
Quem me estendia a mão agora é inimigo
E não vacile, se não é bala na boca e ouvido
Grito alto e o meu pranto abafado
Ecoa surdo dentro de mim
Me indigno, xingo, mas ainda quero lutar por esse país.
Quero com palavras, levar esperança
E quem sabe mudar o futuro das minhas crianças.
Ver meu irmão bem de vida, comida e a família
Não precisar roubar nem matar para sobreviver
Ver as pretas crianças na escola, buscando nos livros, a motivação para vencer
Querer, crescer, desenvolver e replantar essa sementinha
Florescer novas Marias, Mateus, Meninas e Meninos
Frutos de um novo país!

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