quinta-feira, 25 de julho de 2019

25 de Julho de 2019

Considero a importância da data
Mas sou mulher negra todos os dias
Aquela que é olhada feio na rua
Ou é hipersexualizada
A de jornada tripla
Que é considerada forte
E quase não aparenta dor
Aquela sempre sem tempo
Que tirou o Não do vocabulário
E quer abraçar o mundo
A mesma que é também
Militante, esposa, filha, atriz,
Pesquisadora, escritora, produtora, consultora, metódica, compulsiva por limpeza, ansiosa, estressada, mas sempre parece calma
Aquela que chegou onde está
Com outras ao lado para levantar
A risonha, alegre que chora sozinha na
Madrugada
Sou a preta bem amada que
Assume que a maternidade é amiga do tempo
E a mesma que aprendeu que o dia tem mais de 24h
É só fazer mais de 3/5/6 coisas por hora
E que aprendeu a fazer o tempo correr, e a gritar internamente e transbordar só quando não conseguir
Parece até treino, mas realmente a vida não é fácil para preto, piorou quando mulher
E diante das suas surras
Aprendi a me fazer fortaleza
Mas entre poder e beleza
Tem sido é muito dolorido ser mulher e preta.

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