sexta-feira, 20 de maio de 2011

G - a - i - a

Ahhhhhhhhhhhhhhhhh!
Não era aqui que pensei que cairia, juro que me joguei da janela e achei que me espatifaria no chão, era o que eu queria... Ah! Como eu queria.
A vida sinceramente não me tem tido um significado real e plausível, por conta disso resolvi hoje, mais cedo, que me mataria... Os meus botões ficaram todos calados, acreditei então que eles haviam consentido com tudo isso. Coloquei minha melhor roupa, afinal não é todo dia que alguém se mata né, quer dizer, alguém até que sim, mas nesse caso falo de mim, não é todo dia que me mato, entende?!
Fiquei horas pensando como eu faria, se me envenenava, me afogava, mas aí pensei em me jogar mesmo, porque veneno deve ter gosto ruim e água em abundância causa-me pavor...
Não se fazem mais janelas para suicídio como antigamente, a pessoa não pode nem se matar.
Árvores cortadas, montões de lixo, papéis no lugar dos passarinhos voam soltos por aí. Só tenho desgosto, me roubam, tirando minha vida aos poucos, destruindo toda minha essência e raiz - eu queria ser feliz!
Não é para me gabar, mas eu tenho condições. Poderia dá um sustento aos meus filhos, isso se eles não fossem tão loucos, desvairados e com a cabeça no lugar fizessem do pouco muito, do tudo que tenho e lhes dou de bom grado.
Na realidade não é o cansaço da situação o que sinto, mas sim a falta de forças para lutar. Estou estagnada, fraca, já não sinto minhas mãos, meus pés e fico sem água, à medida que a ganância dos meus filhos aumenta. Queria não ter que matá-los para sobreviver, queria somente apertá-los e assim alertar a todos, mas o meu abraço suplicante tira deles o ar.
Os dei educação, arte, poder. Dei a eles amor e tudo que lhes era essencial... Preciso! Com a mãe, ingratidão!
Filhos meu, são a raposa e eu o galinheiro. A eles me deram para vigiar.
Sou eu, Gaia.

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